Lançamento “Dossiê Abrasco”, edição 2015

NÃO HÁ DÚVIDAS. ESTAMOS DIANTE DE UMA VERDADE CIENTIFICAMENTE COMPROVADA:

OS AGROTÓXICOS FAZEM MAL À SAÚDE DAS PESSOAS E AO MEIO AMBIENTE.

Depois de causar grande impacto em 2012, o Dossiê Abrasco sobre Agrotóxicos ganha nova edição. A publicação, com mais de 600 páginas, colorida e ilustrada, inclui a revisão do Dossiê de 2012 e uma quarta parte inédita. Este capítulo, concluído em outubro de 2014, foi dedicado a atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio.

Não é por falta de confirmação dos efeitos nocivos à saúde e ao ambiente que a grave situação de uso indiscriminado de agrotóxicos no Brasil não é revertida. O livro reúne informações de centenas de livros e trabalhos publicados em revistas nacionais e internacionais, que revelam evidências científicas e correlação direta entre uso de agrotóxicos e problemas de saúde. Essas informações foram confirmadas por diversas fontes, relatos e denúncias, no Brasil e no exterior.

Veja a edição online no endereço:

http://abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/

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Ato “Não queremos mais Transgênicos!”, 5 de março, 8hs, em Brasília

Na contramão mundial, o governo brasileiro, em particular, a CTNBio – Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, não para de liberar a produção e comercialização de sementes transgênicas geralmente associadas ao uso de agrotóxicos altamente nocivos ao homem e ao meio ambiente. Agora é a vez do milho transgênico resistente ao 2,4-D e Haloxifope e uma espécie de eucalipto transgênico.

Caso sejam aprovadas, os danos ambientais e a saúde da população são inestimáveis.

Por isso, a sociedade dará às empresas transnacionais, à CTNBio e ao governo brasileiro o seguinte recado:

NÃO QUEREMOS MAIS TRANSGÊNICOS!

05 de março de 2015, às 08:00, concentração em frente a Agência Nacional de Águas, que fica no Setor Policial Sul, Área 05, Quadra 03, Brasília.

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DIA 03 DE DEZEMBRO – DIA INTERNACIONAL DO NÃO USO DOS AGROTÓXICOS

No dia 3 de dezembro militantes contra o uso de agrotóxico por todo o mundo irão tomar as ruas no Dia Internacional do Não Uso dos Agrotóxicos. No Brasil, o evento é organizado pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, que é uma articulação entre diversos movimentos sociais, sindicatos e setores de toda a sociedade civil.

A campanha existe há quatro anos, muito motivada pela mobilização contra os impactos dos agrotóxicos à saúde pública, que atingem diversos territórios e envolvem diferentes grupos populacionais, como trabalhadores e trabalhadoras rurais, habitantes do entorno das fazendas, além de toda a população brasileira, que de um modo direto ou indireto acaba consumindo alimentos contaminados. Desde 2008, o Brasil se consolidou entre os principais consumidores de agrotóxicos do mundo.

No Distrito Federal

No Distrito Federal, militantes irão realizar um ato público em frente a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, órgão responsável pela avaliação e liberação do uso de transgênicos no Brasil.

Os transgênicos foram apresentados com a finalidade de “revolucionar” a produção de alimentos, proporcionando menos uso de agrotóxicos e menor impacto ambiental.

No entanto, segundo dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de 2001 a 2012, a venda de agrotóxicos no Brasil passou de 328.413 toneladas para 823.226 toneladas, o que representa um crescimento de 288,41%. As datas de aumento rápido do uso de agrotóxicos coincidem com o uso oficial e não oficial de transgênicos no Brasil. Entre 2002 e 2003 começaram as primeiras denúncias de uso ilegal de transgênicos, que entravam pela Argentina. A partir de 2004, com o uso dos transgênicos praticamente consolidado, o governo aprova e regulamenta seu uso.

Estes números demonstram que o aparecimento dos transgênicos concretizou nestes anos o aumento exorbitante do uso de agrotóxicos, além de ocasionar a contaminação genética de plantações não transgênicas. Outro fato preocupante é o aparecimento de estudos que ligam diretamente as plantas transgênicas a problemas na saúde humana, principalmente câncer.

Desde que foi criada a CTNBio já aprovou cerca de 40 plantas geneticamente modificadas para comercialização, entre culturas de soja, milho, feijão, algodão e eucalipto. A maioria destes processos é questionada por boa parte da sociedade científica e civil por desconsiderar pareceres técnicos contrários a liberação, não respeitar o princípio universal da precaução e serem influenciados pelo poder econômico das transnacionais do setor de alimentos, entre outros fatores.

Nos dias 03 e 04 de dezembro ocorrerão reuniões da Comissão em que serão discutidas a liberação comercial de mais 16 novas plantas geneticamente modificadas, entre elas, a da soja resistente ao 2,4D, uma das substâncias do agente laranja usado na Guerra do Vietnã, que entre outros impactos é neurotóxico e causa alterações genéticas. Este herbicida foi banido na Noruega, Suécia e Dinamarca por representar grave risco à saúde humana e ao meio ambiente.

A campanha defende que a CTNBio seja refundada, com ampla discussão na sociedade sobre seu caráter e sua composição. A Comissão deve interromper a liberação de novos transgênicos e revisar urgentemente os que foram liberados. O lucro e a ganância das transnacionais não pode se sobrepor a saúde humana, a soberania e segurança alimentar e a conservação ambiental. Por isso defendemos uma forma de produzir alimentos que contemple a justiça social, respeite a diversidade socioambiental brasileira, não utilize agrotóxicos, fertilizantes químicos e sementes transgênicas, mas que auxilie na conservação da natureza: a agroecologia.

Qual modelo de agricultura favorece o povo?

É necessário que o governo faça uma escolha do modelo de produção no campo. O agronegócio, além de usar muitos agrotóxicos e transgênicos, não gera empregos e não produz alimentos. Nos últimos 12 anos, a área plantada da maioria dos alimentos que comemos diminui, enquanto a de commodities agrícolas subiu – soja e milho para ração, algodão e eucalipto. A aparente importância econômica do agronegócio não leva em conta os subsídios econômicos para a produção e a renegociação (e perdão) de suas dívidas. Além disso, não mensura os exorbitantes custos sociais e ambientais deste modelo.

Por outro lado, já existem no Brasil muitas experiências exitosas de produção agroecológica. A agroecologia propõe um modelo de produção sem o uso de agrotóxicos ou adubos químicos, focada no equilíbrio entre produção de alimentos e a natureza.

Com a agroecologia, é possível produzir sem o uso de agrotóxicos, através da manutenção do equilíbrio natural do ambiente, alta diversidade de plantas e o uso de técnicas em consonância com os ciclos naturais. Com isso, a incidência das ditas “pragas”, que causam muitos problemas nas monoculturas, é baixíssima ou inexistente.

É importante mencionar que somente a agricultura familiar pode produzir alimentos sem veneno ou transgênicos, pois produz em pequenas propriedades e com maior diversidade de produtos. Atualmente, a agricultura familiar é responsável por 70% dos alimentos que chegam a mesa do brasileiro, o que comprova que não seria difícil implantar os princípios da agroecologia pelo país. Precisamos de pressão popular para impulsionar as mudanças!

NÃO AO USO DE AGROTÓXICOS E TRANSGÊNICOS!

AGROECOLOGIA É O CAMINHO!

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Feiras populares – uma estratégia de comercialização!

Neste sábado ocorreu a VI Eco Feira do Mercado Sul, em Taguatinga Sul.

Como de costume, o evento contou com exposição e venda de produtos artesanais e ecológicos, como objetos e móveis feitos com papelão e saco de cimento (Tempo Eco Arte), compostos de chás e coadores para suco verde, alimentos orgânicos, brechó e artesanatos em geral.

O casal de camponeses Rosângela e Clair estiveram lá, vendendo produtos agroecológicos vindos diretos de seu sítio, que fica em Samambaia. O sabor, a conversa e os sorrisos não têm preço.

Que mais exemplos como este permeiem as feiras da periferia do Distrito Federal, trazendo alimentos sadios para o povo, a preço justo. E que mais canais de comercializam sejam implantadas para escoar esta tipo de produção tão indispensável para nosso futuro enquanto povo.

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CNA quer transformar Brasília em Centro Nacional de Difusão do Agronegócio

Não é brincadeira..  Não podemos ficar parados diante de tamanho absurdo.

Proposta apresentada ao governador do Distrito Federal prevê a construção de um espaço voltado à educação superior no meio agrícola

O projeto de criação de um Centro Nacional de Difusão da Agropecuária Brasileira em Brasília foi apresentado pela presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, em audiência na semana passada.

A proposta prevê a construção de um Centro de Treinamento e Eventos, com capacidade para atender 2.400 pessoas por ano, entre produtores, instrutores e técnicos. O complexo também vai incluir um Centro de Excelência em Gestão Agropecuária, espaço destinado à oferta de educação profissional por meio de programas que formará técnico agrícola de nível médio e superior.

– Caso o governador aprove a ideia, Brasília se tornará um centro de referência nacional e internacional do agronegócio – afirmou a senadora.

O governador Agnelo Queiroz considerou excelente a ideia da CNA.

– É um projeto muito interessante e que trará benefícios ao turismo e agronegócio da capital federal – assinalou.

Projeção

A ideia é que a recém-criada Faculdade CNA de Tecnologia, que iniciou suas atividades em 2014, com 40 alunos, esteja em plena operação até 2019, quando terá condições de atender a dois mil alunos de forma presencial, além de outros 35 mil pelo sistema de educação à distância.

O projeto prevê, ainda, a construção da Vitrine Tecnológica da Agropecuária, espaço socioeducativo com informações sobre o Agro Brasileiro que poderá atender a até 20 mil visitantes por ano.

CNA

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Alimento saudável x produção mercantil no sistema do agronegócio

Por Guilherme C. Delgado, Brasil de Fato, 17/04/2014

Em geral, nos artigo de conjuntura analisamos fatos e situações devidamente contextualizadas. Neste artigo, o objeto principal são duas graves omissões ao conhecimento público que abordaremos, na expectativa de contribuir em algo para superá-las.

Duas questões de utilidade pública e forte interesse social estão no momento merecendo vir à tona, relacionadas à produção e consumo de alimentos oriundos da agricultura e das cadeias agroindustriais conexas.

No primeiro caso, restrito ao Brasil, indagaríamos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porque desapareceram do seu site desde julho de 2012 as pesquisas semestrais que realizava sobre contaminação por agrotóxicos de frutas e verduras, em praticamente todos os estados do país.

As pesquisas, realizadas com a maior seriedade técnica, com base em amostras de varejo de cerca de 20 produtos – frutas e verduras de largo consumo da população, por três laboratórios independentes em cada estado pesquisado, orientavam o consumidor para os riscos de contaminação de determinados alimentos. Mas foram suspensas, não renovadas e as que hoje ainda estão na ‘internet’ referem-se a amostras coletadas entre 2010 a 2012.

O leitor deve indagar o porquê de tal omissão, quando se trata de informação da maior relevância aos direitos de cidadania e mais especificamente à liberdade de informação de que o cidadão é o principal titular.

Há notícias variadas sobre pressões de vários segmentos ruralistas e um resultado nada satisfatório – silêncio obsequioso da Anvisa e nenhuma denúncia ou investigação da situação pela grande imprensa, que antes noticiava até com certo sensacionalismo essas informações de contaminação dos alimentos.

Ora, se alimentos in natura já não são confiáveis em pouco mais de 1/3 das amostras levantadas nessa pesquisa, poderíamos confiar plenamente nos alimentos que saem da indústria alimentar? Esta segunda indagação tem sido objeto de preocupação, não só no Brasil, como no mundo inteiro, dos órgãos de saúde pública, especialmente da Organização Mundial de Saúde.

Alertam-nos para o relativo descontrole da indústria, seja por razões técnica, seja por estratégia mercantil, para o uso excessivo de sal, açúcar, gorduras e conservantes, adicionados invisivelmente aos bens de consumo de massa.

Esses aditivos estariam na linha de causalidade de várias doenças crônico-degenerativas que afetam a saúde pública (renais, circulatórias, hepáticas, pulmonares etc.) e que são atribuídas aos hábitos alimentares induzidos pelo sistema agroindustrial.

O grave da situação de omissão a que estamos nos reportando é o fato de que há um regime alimentar sendo vendido em prosa e verso como de grande modernidade e liderança do Brasil em várias cadeias agroindustriais (carnes, açucares, rações etc.), mas não se detém um controle público e uma informação transparente sobre as consequências dos alimentos consumidos sobre a vida das pessoas.

É muito forte a suspeita de captura político-ideológica, seja dos órgãos reguladores sobre a produção primária – Defesa Sanitária (Ministério da Agricultura) e Anvisa (Ministério da Saúde), seja de parte da mídia, pelas pressões dos complexos agroindustriais.

E sem a restituição ao Estado e à imprensa respectivamente ao exercício de uma efetiva função de regulação e da informação sobre assuntos de alto interesse da esfera pública, não se avançará sobre a produção dos alimentos saudáveis no Brasil.

De imediato, cabe uma palavra de esclarecimento da Anvisa, sobre porque deixou de produzir matéria de alto interesse à segurança alimentar da população, como vinha fazendo há alguns anos. E sobre o consumo de alimentos industrializados, tudo o que sabemos é muito precário. Afinal não se pode onerar ainda mais o indivíduo com toda responsabilidade da própria saúde, desonerando o Estado de uma firme função regulatória e às mídias do legítimo exercício da liberdade de imprensa sobre questões de alta utilidade pública.

Guilherme Costa Delgado é doutor em economia pela Unicamp e consultor da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.

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Laranja transgênica já está em fase de testes no Brasil

Laranja transgênica já está em fase de testes no Brasil

Roosewelt Pinheiro/Abr

Avaliações para comercialização do cítrico podem começar após sete anos e meio; a Embrapa, por sua vez, iniciará o cultivo de soja geneticamente modificada ainda em 2014

16/04/2014

Por Maurício Thuswohl,

Da Repórter Brasil

Os cães ladram, a caravana transgênica passa. Enquanto diversas organizações representativas da sociedade civil brasileira tentam impedir, através de ações e projetos junto aos poderes Legislativo e Judiciário, a expansão descontrolada de alimentos e outros organismos geneticamente modificados no Brasil, o país segue, ao fim do primeiro trimestre de 2014, na mesma toada expansionista que lhe garante um lugar no pódio dos maiores produtores e consumidores mundiais de transgênicos.

Segundo dados do “Relatório 2013″ do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações Biotecnológicas (ISAAA), o Brasil já tem 40,3 milhões de hectares de transgênicos cultivados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. E poderá nos próximos meses dar um salto qualitativo em sua posição, com o início da produção da primeira variedade de soja transgênica inteiramente desenvolvida no país – parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a transnacional Basf – e a conclusão dos primeiros testes de campo realizados com frutas cítricas geneticamente modificadas.

No município paulista de Ibaté foram plantadas 650 mudas de laranjeira doce transgênica, trazidas da Espanha pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), entidade ligada aos grandes produtores. O projeto, coordenado pelo espanhol Leandro Peña, um dos maiores especialistas mundiais em biotecnologia de cítricos, e integrado por um grupo de pesquisadores brasileiros, é pioneiro, uma vez que, até maio do ano passado, a CTNBio proibia os experimentos com cítricos transgênicos que incluíssem floração e frutificação da planta.O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas in natura e também de suco de laranja. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2013/2014 no estado de São Paulo e no Triângulo Mineiro rendeu 13,8 milhões de toneladas do cítrico. Em 2013, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), o volume de negócios atingiu 6,5 bilhões de dólares, sendo que 85% da safra nacional é transformada em suco. Desde fevereiro, o país já tem sua primeira plantação de laranjeiras transgênicas ao ar livre, devidamente autorizada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão responsável por aprovar todos os pedidos de pesquisa, produção e comercialização de qualquer tipo de organismo geneticamente modificado no país.

Impacto na produção

Segundo o Fundecitrus, as laranjas transgênicas testadas em São Paulo poderão ser resistentes ao cancro cítrico e à pinta preta, duas das principais pragas que assolam os laranjais no Brasil. O eventual sucesso dos testes de campo poderá causar em alguns anos um impacto significativo na produção de cítricos brasileira e, conseqüentemente, no mercado global do setor. Até o fim do semestre, informa a entidade, duas outras plantações experimentais com laranjas transgênicas serão iniciadas, uma no sul de São Paulo e outra no norte do Paraná. A expectativa dos pesquisadores é que as laranjeiras comecem a produzir em até dois anos e meio, mas serão necessários sete anos e meio para que a produtividade das plantas modificadas possa ser observada em todo o seu ciclo, que dura cerca de cinco safras: “A avaliação sobre a resistência das frutas às doenças estudadas estará concluída ao fim deste período. Mas, após essa pesquisa, muitas outras deverão ser feitas até que a laranja transgênica seja viável comercialmente, bem como muitas autorizações deverão ser encaminhadas à CTNBio”, diz a Fundecitrus, por intermédio de sua assessoria de imprensa.

Reações

Já a primeira soja transgênica desenvolvida pela Embrapa, aprovada para comercialização pela CTNBio desde dezembro de 2009, deve começar a ser produzida em larga escala ainda este ano. Batizada como Cultivance e geneticamente modificada para resistir a agrotóxicos (herbicidas da família dos imidazolinonas) produzidos pela Basf, a nova soja transgênica demorou a chegar ao mercado porque os produtores brasileiros esperavam a aprovação de sua comercialização pelo governo da China, o que só aconteceu no fim do ano passado. Com a chegada do novo produto e a garantia de um comprador de peso, é possível que a área plantada com soja transgênica no Brasil – atualmente estimada em 92% da área total dos cultivos de soja, segundo o relatório do ISAAA – se aproxime dos 100%, colocando em risco as plantações de soja convencional e a já combalida biodiversidade do grão no país.

Nada parece conter a expansão dos transgênicos no Brasil, mas parte da sociedade civil brasileira permanece empenhada em evitar abusos. Como último desdobramento da ação civil pública ajuizada em junho de 2007 pelas organizações Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), Terra de Direitos e Associação Nacional de Pequenos Agricultores, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidiu por unanimidade, em 13 de março, proibir nas regiões Norte e Nordeste do país a comercialização do milho transgênico Liberty Link, produzido pela transnacional Bayer. A decisão determina que a comercialização do milho transgênico somente poderá ser retomada após a CTNBio garantir a realização de estudos sobre os riscos trazidos por esse produto à saúde humana e animal e ao meio ambiente. O TRF-4 também determinou que a CTNBio “dê ampla publicidade” a todos os documentos relativos à liberação do milho transgênico.

Para o desembargador federal Cândido Leal Júnior, que relatou o caso analisado na 2ª Seção do TRF-4, a CTNBio simplesmente ignorou as diferenças entre os diversos biomas existentes no Brasil: “Os estudos não foram realizados em todos os biomas brasileiros nem tiveram abrangência geográfica capaz de dar conta dos aspectos relacionados à saúde humana, à saúde dos animais e aos aspectos ambientais em todas as regiões brasileiras. Não é possível escolher apenas alguns pedaços do território nacional, segundo a conveniência comercial ou o interesse econômico do interessado, para as pesquisas sobre a biossegurança do milho transgênico”, disse o relator ao site da Justiça Federal.

Agora, a expectativa das organizações que integram o movimento Por um Brasil Livre de Transgênicos é que a decisão do TRF-4 crie uma jurisprudência que permita o questionamento de outras culturas geneticamente modificadas no país, já que praticamente nenhum dos estudos aceitos pela CTNBio nos últimos anos trata das especificidades dos biomas brasileiros: “Essa decisão do TRF-4 se somará à luta popular por um modelo de agricultura baseado na agroecologia, que garanta direitos aos agricultores e alimentos saudáveis e sem agrotóxicos para a população”, diz Fernando Prioste, advogado da Terra de Direitos. A batalha foi vencida, mas a guerra em torno do tema está longe de ter um fim, já que diversas empresas que trabalham com transgenia anunciaram que apresentarão recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e até mesmo ao Supremo Tribunal federal (STF) para derrubar a decisão tomada pela Justiça Federal na 4ª Região.

Ações contra os transgênicos

Outras duas ações impetradas no Judiciário em março podem ter impacto direto sobre a produção de transgênicos no Brasil. Em uma delas, o Ministério Público Federal pede ao Ministério da Agricultura a suspensão dos registros e a consequente proibição da comercialização dos herbicidas glifosato, campeão de vendas no Brasil, e do recém-lançado 2,4D, além de outros sete agrotóxicos utilizados no país (abamectina, carbofurano, forato, lactofem, paraquate, parationa metílica e tiram). Todos esses produtos, segundo o MPF, são apontados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como potencialmente danosos ao meio ambiente e à saúde humana e animal, fato que justifica a ação.

No entanto, em decisão divulgada no dia 7 de abril, a Justiça Federal negou o pedido do MPF. Para o juiz Jamil Rosa, da 14ª Vara Federal, não há consenso técnico sobre efeitos negativos da substância que justifiquem o cancelamento imediato dos registros. Ainda cabe recurso.A segunda ação pede especificamente a proibição do 2,4D, componente tradicionalmente utilizado na fabricação de armas químicas como o agente laranja, usado como arma química pelos durante a Guerra do Vietnã para destruir florestas e cultivos e que culminou na morte e adoecimento de milhares de pessoas. A ação, segundo o MPF, tem o objetivo de tentar evitar que as vendas do 2,4D deem um salto este ano, já que um novo tipo de soja modificada para ser resistente a esse herbicida começou a ser plantada no Brasil na atual safra. O MPF pede também que a CTNBio seja proibida de fazer qualquer liberação comercial relativa ao 2,4D até que a Anvisa apresente uma posição oficial pública sobre os riscos trazidos pela utilização do produto.

Projetos

Já no Legislativo, projetos antagônicos prometem canalizar as ações de adversários e apoiadores dos transgênicos nos próximos meses. Tramitando atualmente na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 6.432/2013, de autoria do deputado Ivan Valente (Psol-SP), proíbe o cultivo, a venda e a importação de sementes de plantas alimentícias transgênicas em todo o território nacional. Em carta aberta enviada aos deputados da comissão, o Idec pede que o projeto seja aprovado e ressalta que a expansão dos transgênicos “é uma atividade combinada com o uso intensivo de agrotóxicos” e que o Brasil “é um dos maiores consumidores de transgênicos e agrotóxicos do mundo”.

No Senado, o Projeto de Decreto Legislativo 90/2007, de autoria da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), tem o objetivo de acabar com a rotulagem obrigatória para os produtos alimentícios, tanto para seres humanos quanto para animais, que contenham em sua composição transgênicos em quantidade superior a 1% de seu volume total. Já rejeitado pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária e de Meio Ambiente do Senado, o projeto segue vivo por pressão da bancada ruralista na casa. Com teor semelhante, o PL 4.148/2008, de autoria do deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS), e o PL 5.575/2009, de autoria de Cândido Vaccarezza (PT-SP) também tramitam na Câmara dos Deputados: “Se aprovados, esses projetos acabarão com o direito do consumidor à informação sobre aquilo que está consumindo”, diz o Idec.

 

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Novo! Agende atividades da Campanha!

Olá!

A partir de maio, disponibilizamos uma ferramenta para agendar atividades da campanha.. Basta ir na página “AGENDAMENTO DE ATIVIDADES”, preencher as informações e esperar nosso retorno (que será breve, garantimos..rs).

As atividades em questão são aquelas em que se deseja levar a temática da campanha para alguma comunidade, grupo ou evento. Podemos fazer debates, aulas públicas, exibição de filmes, participar de feiras, etc..

Nossa meta principal é atender as demandas do Distrito Federal e Entorno, mas também podemos considerar ir para algumas cidades de Goiás que estão mais distantes.

Entre em contato! Divulgue para todos e todas!

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Enquanto Brasil expande plantio de transgênicos rejeição mundial aumenta

É preciso prestar atenção. Em meio a notícias das últimas semanas sobre a possibilidade de aumentar muito, principalmente para a China, as exportações brasileiras de grãos, especialmente de soja, chegam também informações sobre o recrudescimento das controvérsias e das decisões judiciais sobre transgênicos em muitos países – e que podem afetar mercados.

Pode-se começar pela França, que acaba de proibir ali o cultivo de milho geneticamente modificado, por decisão da mais alta corte de Justiça do país, confirmada também pelo Senado, depois de haver passado pela Câmara Baixa. Da mesma forma, o Conselho de Estado rejeitou pedido de produtores do milho modificado para que a proibição de plantio fosse revogada. E o Ministério da Agricultura há dois meses já proibira o plantio da única variedade de milho transgênico resistente a insetos liberada na União Europeia (UE). O caso ainda vai ser julgado pela UE, mas os países-membros podem tomar decisões em seus territórios.

Do outro lado do mundo, artigo publicado pela Academia Militar de Ciências da China está causando alvoroço ao dizer que há evidências de danos à saúde de 1,3 bilhão de chineses pela soja importada – e isso pode levar ao banimento total das compras do produto no exterior (www.realfarmacy.com/chinese-ministry-newspaper), “principalmente nos Estados Unidos e no Brasil”.

Não por acaso, o país rejeitou há pouco (AS-PTA, 28/3) nada menos do que 887 mil toneladas de sementes transgênicas de uma variedade de milho. E também lá o governo central divulga estudo segundo o qual um quinto das terras agrícolas no país está contaminado – e em processo de degradação – por metais tóxicos que podem provir de produtos químicos e outros insumos usados.

No Sri Lanka foi proibido o uso de glifosato em culturas transgênicas, por estar “relacionado com milhares de mortes de trabalhadores rurais”. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulga (14/3) que encontrou resíduos de transgênicos em 198 casos, principalmente com arroz, milho e mamão.

Até nos Estados Unidos a questão ressurge, em Vermont, Oregon, que pode vir a ser (2/5) o primeiro Estado a exigir rotulagem de transgênicos, com lei já aprovada no Legislativo local e à espera de sanção pelo governador.

Em outros 30 Estados há discussões a respeito, inclusive com parlamentares pedindo que a questão da rotulagem seja decidida em nível federal (The Wall Street Journal, 29/4). Mesmo com toda a reação, os transgênicos em cinco países representam 90% da produção, segundo a cientista Mae-Wan Ho (Eco 21, fevereiro de 2014).

É possível que a questão volte a incendiar-se por aqui. Uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) obtida pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação impede que entre em vigor – até o julgamento final pelo STF – decisão do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, de agosto de 2012, que exige a rotulagem de transgênicos, seja qual for o porcentual no produto. No Distrito Federal, o Ministério Público pede à Justiça que suspenda o uso de glifosato e de 2,4D e de seus princípios ativos (AS-PTA, 28/3).

São questões que envolvem altos interesses. Apenas nove fabricantes multinacionais de produtos transgênicos tiveram faturamento de US$ 8,9 bilhões em 2011/2012 (eram US$ 2,5 bilhões em 2000). No Brasil, para este ano, está prevista extensão de lavouras transgênicas a vários pontos, inclusive ao Tocantins, autorizado oficialmente ao plantio de algodão, para combater a praga Helicoverpa armigera.

No País todo, o algodão geneticamente modificado chegará, na safra 2013/2014, a 710 mil hectares, ou 65% da área total destinada ao cultivo da pluma (O Popular, 2/5). Na safra anterior, foram 49,4% da área total. Razão invocada para a expansão: a variedade modificada sofre menos com a estiagem. E, além disso, o custo é considerado compatível com as possibilidades: R$ 1 mil por hectare. O preço médio do mercado internacional está entre US$ 0,80 e US$ 0,85 por libra-peso.

 

Embora na área científica pululem controvérsias sobre o tema das culturas geneticamente modificadas, na prática rural estas têm seguido até aqui de vento em popa, com os argumentos de rentabilidade maior, perdas menores e mercado externo em expansão. Internamente, além do questionamento sobre o direito do consumidor de saber o que está comprando – com a rotulagem obrigatória, defendida pelo Ministério Público e pelos órgãos de defesa do consumidor -, avolumam-se as críticas à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que ainda não leva em conta tratados internacionais assinados pelo Brasil que pedem a observância ao princípio da precaução.

Da mesma forma, despreza ela as posições dos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e de seus representantes na comissão, que pedem estudos prévios de impacto em cada caso – seja para proteger os biomas envolvidos na questão, seja por causa da proteção ao consumidor.

Desde o primeiro governo Lula esses temas têm estado em discussão, mas a proteção dos plantios de geneticamente modificados tem vencido sistematicamente – mesmo que à custa de dissensões políticas internas ou da necessidade de reformular a composição da CTNBio.

É preciso considerar, ainda, que a administração federal parece acreditar cada vez mais na possibilidade de enfrentar as questões do déficit comercial na balança com o avanço das exportações de produtos primários. É uma posição que, isolada de outros fatores, ao longo da História, tem nos levado a muitos impasses. Seja como for, é um caminho que não se deve sobrepor aos direitos dos cidadãos.

Não bastasse isso tudo, ainda temos um novo caso de doença da vaca louca em Goiás, gerando embargos a nossas carnes no exterior; e o primeiro caso de cabra clonada, transgênica, no Ceará. Até o velho sanfoneiro Luiz Gonzaga deve estar se revirando no além com tanta preocupação.

 

 Por Washington Novaes  (O Estado de S. Paulo)

Matéria publicada em: http://www.mst.org.br

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Chegou! Está no ar o documentário “O Veneno está na mesa 2”!

Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos em O Veneno está na Mesa, o diretor Sílvio Tendler apresenta no segundo filme uma nova perspectiva. O Veneno Está Na Mesa 2 atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores.

Com este documentário, vem a certeza de que o país precisar tomar um posicionamento diante do dilema que se apresenta: Em qual mundo queremos viver? O mundo envenenado do agronegócio ou da liberdade e da diversidade agroecológica?

Assista no link: http://www.youtube.com/watch?v=fyvoKljtvG4

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Realização: Caliban Cinema e Conteúdo

Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida
Fiocruz
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Bem Te Vi
Cineclube Crisantempo

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Supermercados cobram até 600% a mais em produtos orgânicos

Por Isabel Gardenal

Do Jornal da Unicamp

Os alimentos orgânicos são cada vez mais encontrados nos supermercados. Apresentam características de nichos de mercado e atendem a um segmento seleto de consumidores que têm disposição de pagar um preço bem mais alto, em média com 200% de aumento em relação aos mesmos produtos provindos da agricultura convencional. A compra de produtos como o tomate, a cebola e a batata, em alguns casos, pode até sair com mais de 600% de aumento.

Um estudo de mestrado do administrador de empresas Edimar Paulo Santos, desenvolvido na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) sob a orientação da docente Maria Ângela Fagnani, comprovou isso em análise feita em dez supermercados das cidades que integram o Polo Bandeirantes, um importante circuito de comercialização de produtos entre São Paulo e Campinas.

Santos observou que o canal supermercado do jeito que está hoje acaba prestando um desserviço à causa do movimento orgânico, que poderia ser muito mais bem-aceita pela população e que, em razão do preço, acaba afastando-a de uma iniciativa que certamente seria benéfica.

O produto orgânico se diferencia do produto da agricultura convencional, que emprega altas concentrações de inseticidas, fungicidas, herbicidas. Apesar do alto preço dos orgânicos, sua demanda continua crescendo, embora confinada a um pequeno estrato de maior poder aquisitivo, altamente valorizado pelos supermercados.

Além do produto convencional e do orgânico, existe ainda o hidropônico (que cresce sem solo), que também tem um apelo de não uso de agrotóxicos, pois, como ele está em ambiente protegido, evita-se a sua exposição a insetos. Outra categoria ainda é a higienizada – dá-se um banho e diminui-se a química da casca do produto.

Na opinião do mestrando, a escolha dos orgânicos é, em grande medida, pautada em modismo. “E o discurso ambiental é evocado como estratégia para induzir o consumo”, nota Edimar, embora exista, de fato, uma preocupação dos produtores em preservar o local onde os alimentos são cultivados, as nascentes de água, as áreas que são produto de reflorestamento e a não produção de queimadas.

As técnicas usadas para obter o produto orgânico, menciona, incluem compostagem, adubação verde, manejo orgânico do solo e da diversidade de culturas, que fornecem alta qualidade biológica aos alimentos.
Em face dessa qualidade, o trabalho de Edimar procurou avaliar como o produto orgânico estava se comportando nos canais longos de comercialização, no caso os supermercados, sendo que dificilmente ele chega à classe média e quem dirá à baixa.

Ele explica que as redes longas envolvem uma cadeia com consumidor e grandes varejistas que vão trabalhar com grandes propriedades agrícolas. Há muitas pessoas incluídas nesse processo, como o agricultor e uma rede internacional que obtém esses produtos diretamente dos trabalhadores e os levam aos supermercados.

O mestrando aposta que as redes investem pesado em estratégias de comercialização – o marketing verde –, atraindo uma classe privilegiada que tem disposição de pagar mais caro por produtos 100% limpos e livres de agrotóxicos.

O ideal, acredita ele, seria que todas as pessoas tivessem acesso a um alimento mais saboroso, mais saudável, mais ético, que respeitasse o meio ambiente e as pessoas. E o produto orgânico tem justamente essa proposta.

Possui uma legislação bem-definida e clara sobre como ele deve ser plantado, levando-se em conta os princípios da produção, ou seja, não pode ser monocultura, tem que ter rotação de cultura, tem que ser um produto cadastrado noMinistério da Agricultura, tem que ter certificação, entre outras exigências.

A primeira etapa de um produto orgânico, descreve o autor do estudo, inclui o cuidado com a terra, que vai ser trabalhada sem aditivo químico, a fim de fazer fertilização. Do contrário, acontece a contaminação do solo e do lençol freático. Quanto à sua produção, ela não é tão alta nos primeiros quatro a cinco anos de cultivo, até o solo recuperar a sua fertilidade.

Os orgânicos começaram a ganhar força a partir da década de 1980. Mas, em um dado momento da história, o governo passou a privilegiar a agricultura convencional, por ser mais acessível, através do programa chamadoRevolução Verde. “Ocorre que os produtos orgânicos possuem mais ocupação de mão de obra familiar trabalhando com a terra. Deste modo, as pessoas envolvidas nessa atividade se mantêm mais na zona rural e quebram um pouco do êxodo rural”, ressalta.

Estudos

Edimar sondou a história do produto orgânico, como ele foi se comportando ao longo do tempo. Depois viu qual era a sua filosofia, qual era a sua causa e por que levantar essa bandeira. Simultaneamente, buscou ver onde esses produtos eram divulgados.

De acordo com o pesquisador, ele escolheu os supermercados e passou a avaliar como se comporta o produto orgânico nas grandes redes varejistas. Na literatura, descobriu que os orgânicos já eram empregados livres de agrotóxico pelos povos indígenas. Todavia, perdeu força com a Revolução Verde, um programa para ampliar a produção agrícola no mundo mediante o melhoramento genético de sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização etc.
Tal revolução priorizou o tipo de agricultura de monocultura e as grandes plantações, entre as décadas de 1960 e de 1970. A ideia era acabar com a fome do planeta, por meio de pacotes tecnológicos criados pelo governo estimulando determinados tipos de agricultura. Na década de 1970, isso não trouxe os benefícios esperados. “As pessoas ainda tinham fome e o problema da alimentação não tinha sido resolvido”, repara.

Com os impactos pela contaminação de trabalhadores e de pessoas pelos venenos amplamente difundidos pelaRevolução Verde, veio à tona novamente a agricultura orgânica, que teve como marcos principais os eventos da Eco 92 e da Rio +20.

Os orgânicos cresceram mais, sobretudo nas classes A e B, pela apreciação do sabor, pela qualidade de vida e pelo tipo de alimento que estava sendo levado. O tempo passou e hoje 80% da produção nacional é da agricultura familiar e, desses 80%, grande parte produz organicamente. “Creio que haja muito mais produção orgânica no país do que aquilo que é divulgado”, imagina.

Expectativa

Olhando o produto orgânico e o tradicional disponíveis no mercado, Edimar percebeu que o tratamento dado a eles não era o mesmo. No caso dos orgânicos, havia sempre um funcionário do supermercado zelando da disposição deste produto nas prateleiras, cuidando para receber maior luminosidade, placas de localização, de 100% orgânico e de incentivo ao consumo. Uma delas dizia: “você está levando vida para a sua casa.”

Edimar verifica que isso chama a atenção do consumidor pois, em oposição, ninguém quer levar a morte para a casa. Além disso, a palavra “sustentabilidade” aparecia constantemente na área destinada aos orgânicos. Um cartaz propagava as “dez razões para se consumir os produtos orgânicos”. Havia um grande apelo de marketing em todos os estabelecimentos visitados.

O discurso ambiental era sempre usado para induzir o consumo dos orgânicos, e muitas pesquisas tratam do seu perfil em todo o mundo, destacando a saúde como um dos principais fatores que levam o consumidor urbano a buscar esses alimentos.

O próximo passo de Edimar é resgatar no doutorado o marketing que vem do modelo capitalista. “Será que ele serve para essa pegada ecológica, ambiental e responde às expectativas da divulgação?”, questiona.

A seu ver, faltam políticas públicas para que o produto orgânico chegue à mesa do consumidor indistintamente da classe social. Outra coisa a ser considerada é o fator dinheiro. Para quem ele fica?

Se é repassado ao produtor, ótimo, porque vai trazer mais interessados para o negócio, em fazer uma agricultura mais sensível com a ecologia. Mas, quando não tem esse repasse? Acaba havendo um desestímulo e usa-se negativamente um canal que poderia ser bem utilizado, se respeitasse o produtor.
Nesse trâmite ainda, quando tem um intermediário que pega o produto do agricultor e o leva diretamente ao supermercado, o agricultor ganha menos ainda. Em alguns casos, recebe o mesmo valor que receberia com um produto convencional, sendo que tem em suas mãos um produto realmente diferenciado.

“Então vimos que o produtor perde bastante no supermercado. Em algumas empresas, existem agricultores que são produtores orgânicos e que deixaram de trabalhar com supermercados por esse motivo, porque perdiam muito”, conta.

O supermercado ganha principalmente com o marketing do verde, do sustentável, que tem uma preocupação com o meio ambiente. Ele acaba atraindo mais pessoas que querem comprar num lugar que tenha essa visão ambiental.
“Meu estudo faz uma crítica sobre como se comporta o produto orgânico nessas grandes redes varejistas e serve para traçar parâmetros para ver se vale a pena divulgar e comercializar os orgânicos no supermercado”, expõe. “Para o consumidor, está claro que na feira livre ele paga menos. E, para o pequeno agricultor, também é melhor levar esse produto para a feira. Ele vai ganhar muito mais”, garante.

 

Veja a matéria no link: http://www.mst.org.br/node/16087

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Boletim Nacional Nº 01/2013


 

Para solicitar o cancelamento/recebimento do Boletim, envie um e-mail para contraosagrotoxicos@gmail.com

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Assim não dá!! Agrotóxico da duplo prejuízo para a saúde!!!!

Causando doenças e mortes por onde passa, a utilização de agrotóxicos onera fortemente o sistema de saúde!! Até quando vamos engolir isso?

Neste artigo de Wagner Soares e Marcelo Firpo foram estimadas as externalidades associadas às intoxicações agudas por agrotóxicos. Para isso foram estimadas as probabilidades de intoxicação aguda segundo as características dos estabelecimentos rurais e de municípios no Paraná. Foram utilizadas informações sobre intoxicações agudas obtidas da Pesquisa de Previsão de Safras de 1998 a 1999. Os custos esperados com a intoxicação nessas propriedades foram calculados a partir da soma das despesas médicas-hospitalares e dos dias de convalescência necessários para restabelecer a saúde dos intoxicados.

RESULTADOS: O custo associado à intoxicação aguda pode representar até US$ 149 milhões para o Paraná, isso significa que para cada dólar gasto com a compra dos agrotóxicos no estado, cerca de US$ 1,28 poderiam ser gerados em custos externos com a intoxicação. Essa situação poderia ser revertida com a implementação de políticas públicas, como adoção de programa de incentivo à agricultura orgânica nos municípios, cujo custo social com a intoxicação aguda poderia ser reduzido em torno de US$ 25 milhões.

CONCLUSÕES:A sociedade, em especial as populações mais atingidas pelos agrotóxicos, seriam beneficiadas se riscos de intoxicação aguda associados ao atual modelo de produção agrícola fossem reconhecidos e eliminados. É necessária a implementação de políticas públicas e ações integradas envolvendo os campos da economia, da saúde pública, da agronomia, do meio ambiente, da educação e da ciência e tecnologia, dentre outros.

Leia o artigo na integra clicando aqui!

Abraços,

Comitê DF

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Boa notícia: Boletim Nacional em breve!!

Prezadas (os),

Estamos na articulação para lançar o Boletim Nacional da Campanha em breve!

Diante disso, nosso informativo irá mudar de formato e periodicidade.

No entanto, continuaremos servindo como meio de comunicação entre a Campanha Nacional, o Comitê DF, notícias sobre o tema e a população do Distrito Federal.

Continuem nos acompanhando e fortalecendo a campanha pelos 04 ventos..

Um abraço,

Comitê DF

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“O Mundo Segundo a Monsanto” legendado

Para quem ainda não viu, ou não tinha nos arquivos, veja como utilizar melhor o documentário de cineasta francesa denunciando todas as manipulações da PODEROSA MONSANTO, para fazer o povo do mundo inteiro engolir seus venenos com sementes transgênicas, e seu conluio com o governo dos Estados Unidos.

Não deixem de ver este documentário:

http://www.youtube.com/watch?v=y6leaqoN6Ys

109 minutos

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Consumo de agrotóxicos preocupa Crea que anuncia fiscalização em AL

Ainda é pouco, mas que sirva de lição para o Crea do Distrito Federal. Que tal irmos além da burocracia???

Por Ana Paula Omena, do jornal Tribuna Hoje

Uso indiscriminado e falta de controle de vendas de agrotóxicos será alvo de fiscalização em Alagoas

O uso indiscriminado aliado à falta de controle nas vendas de defensivos agrícolas em Alagoas, sobretudo nas regiões da zona rural, por concentrar grandes plantações de hortaliças, têm sido motivo de preocupação para o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL).

Em Arapiraca, por exemplo, conhecida como a terra do fumo, há cerca de dois anos, centenas de pessoas deram entrada na Unidade de Emergência do Agreste por envenenamento nos períodos de agosto e setembro, tempo de colheita no município. Os profissionais da saúde suspeitaram de tentativa de suicídio por ingestão de substância venenosa, mas após um estudo feito por técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligados ao Ministério da Saúde, ficou concluído que o envenenamento era acidental pelo simples fato de as pessoas, ao colher o fumo, levá-lo também embaixo do braço, bem próximo das axilas, resultando na absorção do agrotóxico utilizado no fumo pela pele.

Diante do quadro existente, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, em Arapiraca, também começou a receber pessoas da zona rural com os mesmos efeitos de intoxicação só que desta vez vindas de hortaliças por ingestão de alimentos.

À época, a então deputada federal Célia Rocha fez um pronunciamento em plenário alertando sobre a importância de um estudo no sentido de identificar quais defensivos agrícolas estavam sendo prejudicial à saúde humana. Ficou constatado na cidade de Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso, que o defensivo agrícola ‘diclorodifeniltricloroetano’ estava causando infertilidade masculina, aborto e contaminação do leite materno.

Para Roosevelt Patriota, presidente do Crea, a fiscalização pela Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) tem sido deficiente neste caso. “O Crea vai atuar na fiscalização no sentido de garantir o controle exigindo o receituário agronômico dos defensivos agrícolas”, avisou.

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Contradições do Plantio Direito

Nossa opinião:

O plantio direto, vindo com o slogan de “sustentabilidade” no campo, vem causando, comprovadamente, diversos impactos a natureza e as pessoas. O aumento da produtividade é conseguida ao custo do aumento expressivo do consumo de agrotóxicos e uso intensivo de fertilizantes químicos e maquinário pesado, o que acarreta maior poluição ambiental, problemas de saúde, concentração de mercado (capital) na mão de poucas empresas que dominam a produção deste insumos, entre outros. Neste cenário, a relativa proteção proporcionada pela cobertura da palhada sobre o solo é ilusória. Nesta notícia ainda percebe-se a tendência de maior homogeneização no campo com o fim da rotação de culturas, prática que ameniza, embora muito pouco, os impactos da monocultura intensiva.

Para concluir, percebe-se a venda de uma falsa ideia para a população. Soluções verdadeiras para os impactos do agronegócio só podem ser alcançadas com o uso da agroecologia, fortalecimento da agricultura familiar, reforma agrária, igualdade e justiça no campo.

Leia a notícia e perceba que “nem tudo são flores” como dito abaixo..
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Por José Rocher e Igor Castanho, da Gazeta do Povo Online

Plantar sem ter de capinar ou arar a terra foi um sonho distante para a agricultura brasileira durante décadas. Para desinçar a terra, o setor atacou bancos de sementes de ervas daninhas com máquinas e herbicidas e estruturou o plantio direto (grifo nosso). Desde a fundação da Federação Brasileira do Plantio Direto na Palha (FBPDP), exatos 40 anos se passaram.

Nesse período – com menor pressão do mato, maior concentração da matéria orgânica da palhada, menos erosão e mais umidade no solo –, a agricultura quadruplicou a produção e está prestes a chegar às 185 milhões de toneladas de grãos em 2012/13 – marca que, segundo estudo publicado pelo Ministério de Agricultura há dois anos, só seria atingida em 2020.

Nas últimas quatro décadas, a colheita brasileira cresceu principalmente pelo aumento da produtividade (grifo nosso), que hoje é três vezes maior, chegando a 3,46 mil quilos por hectare. Mas de onde veio esse avanço pode vir mais. O potencial da tecnologia do Plantio Direto na Palha (PDP) ainda é subaproveitado, mostrou a discussão que deu largada às viagens da fase colheita da Expedição Safra Gazeta do Povo, na última semana.

O lançamento da série de viagens do projeto por 14 estados ocorreu numa fazenda considerada marco zero do PDP no Brasil, a Agripastos, de Palmeira (PR), que pertence ao pioneiro nessa tecnologia Manoel Henrique Pereira. Para a surpresa dos 50 produtores, técnicos e autoridades que participaram, Nonô Pereira contou que todos estavam diante de uma área onde ele planta soja todo verão há três décadas. Fez todos se questionarem sobre como o plantio direto pode dispensar a rotação de culturas, prática comprovadamente essencial para o controle de insetos, ervas daninhas e doenças (grifo nosso).

“Essa questão é um tema técnico-científico pronto para se discutir. Ficar repetindo soja aumenta, principalmente, o risco de doenças na raiz e reduz a produtividade” (grifo nosso), disse Nonô Pereira, diante da lavoura que deve render 60 sacas por hectare – 10 sacas a mais do que a média nacional. Na última semana, ele fez plantio de feijão sobre feijão. “Temos experiência de 18 anos de trigo sobre trigo”, emendou José Bento Germano, proprietário da Fazenda Mutuca, de Arapoti (PR), referência nacional de produtividade.

As contradições que surgem dos resultados do plantio direto ampliam a colheita e ainda vão dar muito trabalho aos pesquisadores. O desafio é não só esclarecer esses fenômenos, mas apontar as soluções que a agricultura usará daqui dez anos, disse o presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Florindo Dalberto, que também participou do encontro.

Com o auxílio de tecnologias como o PDP, as metas do setor vêm sendo atropeladas pelo crescimento da produtividade. O Ministério da Agricultura projetou aumento de 22% na produção de soja, milho, trigo, arroz e feijão nesta década, que passaria de 144 milhões (2010/11) para 176 milhões de toneladas (2020/21). Já na temporada atual devem ser atingidas 174,5 milhões de toneladas nessas cinco culturas, uma evolução de 20% puxada pelo milho e, principalmente, pela soja, que deve passar de 82 milhões de toneladas.

Isso tudo “economizando’ mais de 10 milhões de hecta­­­res. A previsão oficial era que seria preciso cultivar 68 milhões hectares para se chegar ao resultado esperado em 2020/21, mas a área de grãos se expandiu somente (grifo nosso) a 52 milhões de hectares até agora

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Onde encontrar produtos orgânicos no DF? (Atualizada)

Onde encontrar produtos orgânicos no DF

Esta é uma lista que está em constante atualização. Caso saiba de mais locais, nos avise para incluirmos nesta lista, especialmente para produção oriunda da agricultura familiar e de base agroflorestal.

AGE – Associação de Agricultura Ecológica (9957-3027)

Quarta e Sábado (manhã)
– 315 norte (ao lado da Igreja Messiânica) Brasília
– 909/709 sul (no Sindicato Rural do DF)
– 112 sul (ao lado da escola Ursinho Feliz) Brasília
– 316 sul (próximo banca de revista)

Sábado (manhã)
– Sudoeste EQSW 303/304 (em frente à escola Candanguinho)
– 303 norte (ao lado da Igreja Santo Expedito)
– Empório rural Brazlândia – Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG – Brazlândia

Domingo (manhã)
– Empório rural Brazlândia Margem da DF 240 – Incra 6 – ARCAG – Brazlândia

Espaço Natural (9963-0988)

Terça, Quinta e Sábado (manhã)
– 315/316 norte (em frente à Igreja Messiânica)

TAO Orgânica (8432-5409)

Sábado (manhã)
– 108/109 norte (próximo à escola Pedacinho do Céu)

Mercado Orgânico (9987-2290)

Quinta e Sábado (manhã)
– Mercado Orgânico/CEASA – Cruzeiro-DF

Sábado (manhã)
– 315/316 Sul (no espaço do templo Budista)

MOA Internacional (9961-3080)

Terça e Sexta (09:00 às 17:00hs.)
– Sudoeste – Ponto de Distribuição CSW 01 lote 4 Edifício Portal Master – bloco A loja 1

Segunda a Sexta e Sábado (manhã)
– Centro de Agricultura de Produção Natural – DF 180 – KM 19 – Brazlândia

Grupo de Orgânicos de São Sebastião

Sábado
– Banca orgânicos da Feira do Jardim Botânico em frente à ESAF

Quarta e Sábado (manhã)
– Atrás do restaurante Girassol – SCLS 409 Bl. B – lj. 15/16 – Brasília

Grupo Vida e Preservação (GVP) – Assentamento Colônia I (9902-7912)

Terça (manhã)
– INCRA – Palácio do Desenvolvimento – SBN – Brasília
– UnB – Minhocão, Ala norte – Brasília

Quinta (tarde)
– Ministério Meio Ambiente, Esplanada dos Ministérios – Brasília

Grupo Agrofloresta (9957-3027)

Quinta-feira (12 ás 18h)
– Parque Estação Biológica – final da Asa Norte, Em frente a Emater-DF – Brasília

Grupo de orgânicos de Planaltina

Quinta-feira (9 às 16 horas)
– Ao lado da Adm. Regional – Planaltina

Produtos orgânicos também podem ser encontrados em outros locais não citados como SUPERMERCADOS, MINIMERCADOS, SACOLÕES.

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Artigo semanal: Trabalho rural e agrotóxicos

    No artigo desta semana, Rogério Ávila e colaboradores(as) investigaram os agrotóxicos utilizados na microbacia do Córrego Água Limpa, Município de Campos Altos (Minas Gerais – Brasil), bem como a prática de uso desses produtos pelos trabalhadores rurais locais.
Os resultados demonstraram que dentre os agrotóxicos empregados, o Dissulfan apresenta o maior grau de periculosidade. Apenas três entrevistados declararam utilizar todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e três respeitam o tempo de carência. Os trabalhadores que já sentiram algum sintoma ou mal-estar, após ou durante a aplicação dos agrotóxicos, são aqueles expostos por maior período de tempo a produtos com maior toxicidade e sem as devidas medidas de proteção. Conclui-se que a falta de informações sobre os efeitos nocivos dos agrotóxicos, o não uso de EPI, bem como o desrespeito ao tempo de carência dos produtos constituem os fatores determinantes dos casos de intoxicação e prevalência de sintomas.

Leia o artigo na integra clicando aqui!

Boa semana!

Comitê DF da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida

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Olhem as as manobras dos ruralistas para deixar os agrotóxicos mais palatáveis..

Por Laércio Franzon, da Agência Senado

Projeto concede incentivos a agrotóxicos de ‘baixa periculosidade’

O poder público poderá criar uma política nacional de apoio aos defensivos agrícolas considerados de baixa periculosidade. É o que prevê substitutivo do senador Ivo Cassol (PP-RO) a projeto da senadora Ana Rita (PT-ES) em tramitação na Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

De acordo com o PLS 679/2011, já aprovado no ano passado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), o poder público deverá alocar recursos tanto para o financiamento de pesquisas científicas para o desenvolvimento de agrotóxicos de baixa toxicidade, quanto para o estabelecimento de unidades industriais de produção e distribuição. A proposição prevê ainda o apoio financeiro do governo aos produtores rurais visando a sua aplicação em larga escala nas lavouras.

Como defensivos de baixa periculosidade, a proposição considera aqueles produtos pouco ou não tóxicos ao ser humano e ao meio ambiente, e que apresentem eficiência agronômica no combate aos agentes biológicos nocivos à produção agrícola.

Em sua justificação, a autora do projeto original, senadora Ana Rita (PT-ES), defende a concessão de incentivos para o desenvolvimento da produção no país de agrotóxicos naturais pelo baixo impacto ambiental causado em sua aplicação.

“Não basta, no entanto, desenvolver o produto. É necessário financiar a sua fabricação e o seu uso pelos produtores rurais ou outros usuários finais, o que demanda linhas de crédito específicas para o setor”, recomenda Ana Rita.

Durante a tramitação na CMA, o relator Anibal Diniz (PT-AC) apresentou, depois de receber contribuição do Ministério do Meio Ambiente, emenda substitutiva estendendo o apoio governamental a todos os defensivos considerados de baixa periculosidade, naturais ou artificiais. Tal modificação, aprovada na CMA, foi incorporada também por Ivo Cassol em seu substitutivo, que já esteve na pauta da CCT e deverá ser votado em breve na comissão.

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